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quarta-feira, 18 de março de 2020

Como ajudar as crianças em confinamento

Na minha cidade ainda não foi decretado o isolamento social, mas decidimos aderir ao protocolo da Organização Mundial de Saúde e estamos confinadas em casa, eu e minha filha de sete anos de idade, desde o sábado, dia 13.

Felizmente, eu tenho um grande quintal e podemos realizar algumas atividades ao ar livre e reduzir o estresse das notícias sobre a pandemia que assola a humanidade. Mas, ainda assim, comecei a perceber os sinais de vários dias dentro de casa começarem a aparecer em nós. Então, inciei uma pesquisa de atividades lúdicas para ocupar minha mente e ocupar o tempo da minha filha também. Ajudou demais a tirar o foco dos noticiários, me deixou off do whatsapp e ainda me motivou a criar propostas de brincadeiras que nos ajudasse a relaxar e divertir.

Abaixo seguem os links que tenho conseguido boas idéias e excelentes atividades para fazer o confinamento ser menos pesado sobre a família.

IXL - um site repleto de infinitas atividades on line desafiantes, totalmente voltado para o currículo de matemática, do ensino infantil até o 6º ano. Tão rico que ainda não consegui terminar de explorar tudo lá.

Krokotac - um site totalmente em inglês, mas isso não representa nenhuma dificuldade para você avaliar e selecionar as diversas atividades de todos os tipos que existem ali. Eu explorei apenas a categoria de "Toy art" porque tenho poucos materiais em casa e também porque queria que a minha filha colocasse a mão na massa mesmo, já que temos tempo de sobra nesse confinamento. Selecionei as que queria, baixei no meu PC e criei uma pasta. Depois levei num pen drive ao cyber próximo e pedi para imprimir. As primeiras atividades que ela fez lhe ocuparam a tarde inteira e ela amou, dá uma conferida!!
Atividades de simetria: a criança recebe a folha impressa com metade do desenho feito e precisa reproduzir o lado que está faltando, ligando os pontos de forma simétrica. 

Criando com apego é um blogue de uma linda familia que compartilha sua rotina de educação da filha. là encontrei dicas de atividades educativas para crianças, sugestões de leitura e vários passo a passo de coisas interessantes para fazer em casa com nossos filhos. 

Non Toy - é um blogue de uma romena, morando em Minnesota, cheinho de idéias e atividades de brinquedos reciclados para inspirar famílias e educadores. Apesar de ser todo no idioma inglês também não tive dificuldade alguma para entender as idéias e até me inspirei em algumas delas para adaptar à nossa realidade, minha e da minha filha. 



Bonecos de bexiga, feitos com farinha de trigo, cabelos de lã. A atividade de construir seus brinquedos rendeu boas conversas sobre a manufatura de brinquedos, as pessoas que trabalham fabricando bonecos. Depois de construído seu próprio brinquedo, passou muitas horas criando estórias com eles.


 Dentre atividades manuais, artesanais e com papel estamos conseguindo dar boas gargalhadas e aguardar essa tempestade passar de forma menos agressiva para nosso emocional.












domingo, 8 de março de 2020

A saúde feminina no dia das Mulheres


Em homenagem às mulheres neste 08 de março, vamos conversar sobre a saúde dessas divinas criaturas tão humanas e tão valentes que somos.

É cada vez maior o número de mulheres em depressão, com transtornos de ansiedade, com doenças psicossomáticas, ovários policìsticos, miomas, mau funcionamento da tireóide, câncer, etc.

Do ponto de vista sistêmico, a doença não existe por si só: ela é uma criação da nossa mente. E eu te digo isso por experiência própria. Dos 2 anos até os 23 anos eu vivi dentro de hospitais, sendo examinada de todas as formas em busca da causa de muitos vômitos, dores abdominais, dores pelo corpo, infecções recorrentes, etc, etc, mas, os médicos nunca acharam nada que justificasse aqueles surtos. Consegui relativo equilíbrio até os 40 anos quando voltaram os sintomas com toda a sua força e finalmente veio um diagnóstico após tanto anos de sofrimento e tratamentos paliativos: eu era fibromiálgica. Desenganada pela medicina tradicional - que não tem protocolo de atendimento que cure nosso quadro e evite as muitas crises em que entramos - comecei a pesquisar sobre a doença em si e cheguei no estudo das emoções e na neurociência.

Quando não conseguimos exteriorizar ou exterminar um conflito que surgiu no nível psíquico, este se manifesta em nosso corpo físico como uma forma de alerta, um pedido de socorro. Cada órgão, sistema, glândula ou parte do nosso corpo carrega uma sabedoria e num nível metafísico, é possível compreender o que cada doença simboliza, analisando o lugar onde ela se manifestou. O desequilíbrio que gera a doença está ligado a fatores psíquicos, que quando identificados e tratados podem devolver o equilíbrio ao paciente. É o que está acontecendo agora comigo: estou alcançando equilíbrio, com crises cada vez mais esparsas e menos intensas no sofrimento.

Alguns psicanalistas da linha sistêmica tem observado melhora de suas pacientes através da visualização criativa de arquétipos pois, essa técnica tem ajudado a conhecerem seus aspectos mais frágeis e descobrir aspectos de fortalecimento para sua psique.

Platão dizia que a forma como percebemos o mundo à nossa volta é influenciada por impressões prévias que vão sendo cravadas em nossas mentes. Essas percepções ficam ali, sedimentadas em nossa psique, por milênios. Platão chamava essas impressões de “formas elementares”, algo como um grande gabarito ao qual recorremos para traduzir o mundo à nossa volta. Seria com base nessas estruturas ideativas que fazemos as associações simbólicas dentro da nossa mente. O tempo todo, a todo momento. E de uma forma coletiva, em um padrão comum à todas as pessoas. Carl Jung chamou essas formas elementares de arquétipos.

Nesse sentido, arquétipos são conjuntos de imagens primordiais em nosso imaginário, que dão sentido as histórias passadas durante as gerações, servindo para representar o conhecimento no inconsciente. Na terapia junguiana os arquétipos são uma excelente ferramenta de harmonização do ser pois, eles facilitam a integridade psíquica da pessoa, chegando a um acordo com o inconsciente.

O objetivo do terapeuta junguiano é conseguir nos fazer tomar consciência desses fatores inconscientes para favorecer uma reconciliação com o nosso inconsciente. Ou seja, com esse tipo de psicanálise, conseguiríamos uma harmonia entre necessidades e conquistas, entre passado e presente, alcançando uma maturidade genuína, na qual nosso ‘eu’ pode se definir de forma autêntica, sentindo-se livre e capacitado para continuar crescendo.

A terapia de Jung pode nos ajudar a entender e enfrentar processos tão complexos quanto a depressão, a ansiedade ou, até mesmo, possíveis vícios. A abordagem mitológica ajuda na compreensão do ser humano e em seu posicionamento no mundo que o cerca. O mito serve como elemento de orientação. Assim como os pais ensinam aos filhos como é a vida, relatando-lhes as experiências vividas, os mitos também fazem a mesma coisa, porém num sentido mais amplo, delineando padrões para a caminhada existencial, com o recurso da imagem e fantasia. Jung vê o mito “como uma verdade profunda de nossa mente”.

Temos, como representação dos padrões arquetípicos femininos, sete exemplos retirados da Mitologia Grega que, de acordo com Jean Shinoda Bolen, psiquiatra junguiana, são a projeção dos arquétipos femininos.

Sua divisão se dá em:
1. Invulneráveis – as três grandes deusas virgens: Ártemis, Atená e Héstia, as quais nunca se deixaram dominar por seus pares masculinos .
2. Vulneráveis – três deusas: Hera, Deméter-Coré ou Deméter-Perséfone, que foram violentadas, raptadas ou humilhadas por seus consortes.
3.Transcendentais: Afrodite fecha os arquétipos e representa uma deusa alquímica. Por estar sujeita a transmutações, tanto é a inspiradora dos amores comuns (Afrodite Pandêmia) como também o é do amor incondicional (Afrodite Celeste ou Urânia).

Para esta conversa não ficar muito longa, vamos apresentar os arquétipos femininos mais conhecidos e mais estudados dentro da perspectiva junguiana, personificados através de sete deusas do panteão da mitologia greco-romana.

Artemis (Diana)




A natureza da mulher Artemis é guerreira e independente. Ela representa a individualidade. É uma deusa virgem (completa), caçadora (auto-suficiente) que vive nas matas acompanhada por lobos. Seu habitat é a natureza selvagem, a floresta. É um arquétipo que acompanha as mulheres viajantes, aventureiras e destemidas. Em equilíbrio, este arquétipo traz força e independência para as mulheres, equilibra as polaridades feminino-masculino, fazendo com que reconheçam seu papel e sintam-se completas, independente da concretização de uma parceria ou relacionamento com o sexo oposto. Quando uma mulher se identifica de maneira desequilibrada com este arquétipo, ela tende a “endurecer” o feminino e atrair homens dependentes e carentes. Artemis se nutre de animais e plantas, não só através da alimentação: eles são sua companhia, seu universo. Dessa forma, podemos compreender que ela está em harmonia com o meio onde habita. Dedicação a si mesma, fortalecimento da identidade e limites pessoais são fortes atributos deste arquétipo.

Atenas (Minerva)

A mulher Atenas é a mais valorizada pela sociedade atual. Ela representa o conhecimento, a sabedoria e está profundamente ligada ao lado profissional. Este arquétipo confere ao feminino  equilíbrio, capacidade de criar estratégias, dedicação aos estudos, companheirismo e disciplina no trabalho. Porém, Atenas carece de sensibilidade. Quando nos perdemos na sombra de Atenas,  nos apegamos à lógica excessiva, frieza e calculismo e podemos cair facilmente no julgamento e na ridicularização de outros atributos essenciais do feminino: nosso lado passivo, receptivo e nosso princípio doador. O casamento pode tornar-se um mero acordo comercial, a amizade com mulheres pode tornar-se extremamente difícil, posto que a mulher Atenas identifica-se com os valores e características da polaridade masculina.

Héstia (Vesta)

Héstia é a deusa do fogo, celebrada nas lareiras dos lares gregos. É uma deusa protetora dos lares, o que faz com que seja diretamente relacionada à nossa força interior, em oposição à nossa expressão diante do mundo. Representa o equilíbrio e a quietude, que permitem a mulher manter-se firmemente conectada e sair ilesa de um período conturbado. O fogo de Héstia representa o aquecimento e não a destruição. Quando em desequilíbrio, este arquétipo tende a tornar a mulher extremamente emotiva, introvertida e isolada. A maternidade e a sexualidade não são pontos fortes deste arquétipo. O seu equilíbrio se dá através do exercício da sociabilidade, da expressão comprometida de sentimentos, pontos de vista e necessidades.

Hera (Juno)

As mulheres tipo Hera são ligadas ao poder e ao casamento de maneira idealizada. Para elas os relacionamentos livres e informais não têm valor algum. Sua lealdade e devoção ao marido é imensurável; quando traídas, tendem a culpar a outra, mesmo que essa tenha sido uma vítima da sedução do cônjuge. É muito raro uma mulher identificada com este arquétipo pedir divórcio, por mais insatisfeita que ela esteja com o casamento, pois tem muitas dificuldades de aceitar o rompimento e um novo casamento por parte do ex-cônjuge, chegando a interferir de maneira extremamente negativa na vida dele e da nova parceira. Quando perde as rédeas da situação, Hera reage com ira, que pode se manifestar de maneira assustadora e destrutiva. Também é uma característica deste arquétipo fugir do relacionamento problemático dos pais arranjando um casamento para si. A prioridade das mulheres ligadas a esse arquétipo não é o campo profissional. Não é o tipo de mulher que terá filhos por identificar-se com a maternidade, mas sim para cumprir uma função social dentro do casamento. O homem que geralmente se atrai pelas mulheres Hera são aqueles que desejam ter uma esposa por razões sociais e não necessariamente afetivas.

Deméter (Ceres)

Deméter é a expressão da generosidade, dedicação e doação da mulher: ela não sabe dizer não a ninguém. Representa o instinto maternal em sua totalidade (gestação e nutrição), nos níveis físico, psíquico e espiritual. As mulheres com essa deusa proeminente desejam, mais do que tudo, serem mães. Associada às colheitas, ela também representa a abundância e a nutrição do feminino. É dedicada à família, especialmente aos filhos. Na mitologia, ela é a mãe de Perséfone, que foi raptada pelo deus Hades e levada ao submundo; Deméter não mediu esforços para recuperar sua filha. Elas são nutridoras, prestativas e doadoras em todos os relacionamentos. As mulheres Deméter são cuidadoras natas e exercem essa função ao longo de sua vida, independente da idade e maturidade de seus filhos. Por dedicar-se de maneira exagerada e muitas vezes exclusiva à maternidade, as mulheres fortemente identificadas com este arquétipo tendem a tornarem-se depressivas quando os filhos crescem e deixam o lar. Para evitar este transtorno, muitos vezes elas impedem seus filhos de crescerem. Engravidar “acidentalmente” também pode ser considerado um sintoma de dominação deste arquétipo no inconsciente da mulher.

Perséfone (Cora)

É a sacerdotisa, a governante do mundo invisível. Representa mulheres meigas, femininas, dotadas de um grande poder criativo e também o lado psicológico e espiritual da mulher. As mulheres identificadas ao extremo com este arquétipo, costumam apresentar um poder de ação reduzido. São facilmente conduzidas pelos outros e têm dificuldades em se posicionar e até mesmo de compreender aquilo que querem ou para onde devem ir. Perséfone também representa a mulher que faz de tudo para agradar a mãe: são as boas meninas, obedientes, cautelosas, recatadas, passivas e dependentes. Os homens que as escolhem são inexperientes, e mal intencionados, do tipo que não se sentem confortáveis com mulheres empoderadas. Elas são do tipo que acabam por ceder em tudo para se adaptarem aos desejos de um homem; parecem não ter uma personalidade própria. Por não desejarem criar atritos e despertar desconforto e raiva nos outros, acabam por tornarem-se mentirosas e manipuladoras. Possuem uma forte tendência à sexualidade adormecida e comportarem-se de maneira passiva e submissa em relação ao cônjuge. Tendem a se comportar de maneira infantil e dependente, necessitando da mãe para realizar até mesmo tarefas banais. Como profissionais não são exatamente dedicadas: são inconstantes e indecisas, o que provoca mudanças constantes de emprego. Porém, quando identificadas com o aspecto da Rainha do Submundo – seu verdadeiro poder – serão extremamente competentes, principalmente no campo psicológico e espiritual por saberem sintonizar-se com o mundo do inconsciente.

Afrodite (Vênus)

Afrodite é o arquétipo que representa a beleza e o amor. Na mitologia grega ela é descrita como uma deusa impulsiva, determinada em viver a vida intensamente e que possui vários relacionamentos afetivos. Afrodite não pode ser considerada uma figura vulnerável: seus relacionamentos são sempre descritos como correspondidos; também não está identificada com a figura da virgem, pois valorizava as experiências emocionais e os relacionamentos, mesmo que não sejam permanentes e duradouros. Os valores de Afrodite são exatamente apreciados em nossa sociedade e a mulher que os expressa mesmo de maneira equilibrada, tende a ser vulgarizada, pois ela representa a liberdade e a auto-aceitação da sensualidade e sexualidade feminina. Para cultivarmos Afrodite, é necessário darmos abertura para atividades sensoriais ou sensuais. Também é importante nos libertarmos de atitudes culposas ou críticas e compreender o prazer como parte natural e importante da vida. As mulheres identificadas com este arquétipo de maneira extrema costumam ser vaidosas, muito ligadas a roupas e acessórios. Gostam de ser admiradas e adoram um espelho. São mulheres atraentes, possuem muito carisma e chamam atenção de maneira natural e autêntica, sem que seja necessário fazer muito esforço. Estas mulheres geralmente não são as mais dedicadas aos estudos e carreira, mas tornam-se excelentes profissionais quando se envolvem emocionalmente com sua profissão. Elas tendem a ter atitudes extremistas – ou estão num trabalho que detestam ou num que amam demais – e só funcionam bem profissionalmente se a atividade desempenhada exigir o uso da criatividade.

Harmonizando-se com arquétipos para vislumbrar a cura

Podemos compreender que todas as mulheres carregam consigo todos esses (e muitos outros) arquétipos, estejam eles ativados ou não. Em diferentes momentos da vida, nós experienciamos todos eles. Os arquétipos não são bons ou ruins; em sua complexidade, eles representam tanto a luz, quanto a sombra de um modelo. O caminho é aprendermos a nos harmonizar com os aspectos deles que nos fortaleçam, equilibrem e é claro, nos empoderem.

Se entendermos os arquétipos como frequências, podemos nos harmonizar com eles num nível mental e psíquico, o que pode trazer excelentes resultados no que diz respeito ao nosso auto-conhecimento, à nossa auto-estima e consequentemente, ao equilíbrio energético dos nossos corpos físico e sutis. E te digo isso porque sigo esse tipo de terapia desde que estudei sobre ele. Jung tem sido meu norte desde então!! 💗💗💗
Alinhar-se com arquétipos não tem nenhuma relação com invocação e incorporação de espíritos, posto que eles não são entidades vivas, mas sim aspectos da nossa psique. Através da meditação e da visualização criativa orientada por uma terapeuta, a mulher pode acessar os arquétipos que irão colaborar com a sua totalidade e com a harmonia do seu sistema físico e familiar, podendo desfrutar de uma vida mais plena em todos seus aspectos.

Procure a ajuda de um terapeuta sistêmico para integrar a sua equipe médica, na busca por restaurar a sua saúde de forma integral. A educação emocional e a harmonização do seu ser, através da terapia Junguiana, podem fazer verdadeiros milagres por você. Vamos?

quinta-feira, 5 de março de 2020

E quando os pensamentos nos definem a ponto de nos limitar?



Existem muitas crenças que geram estados emocionais desagradáveis. 
Para lidar com essas crenças, que são verdadeiras armadilhas mentais, invista seu tempo no autoconhecimento. Conhecer a si mesmo e suas crenças limitantes, fazer uma espécie de mapa dessas crenças já é p primeiro passo para controlá-las e depois se livrar de vez delas.
Para te ajudar, listamos abaixo 11 crenças mais comuns do cotidiano e que te levam para uma ebulição emocional perigosa que paralisa seus sonhos e sua evolução.

1 – A crença da leitura mental:
É tão comum este tipo de crença que algumas pessoas se vangloriam dela. É o famoso “eu sei bem o que ele está pensando” e que se traduz em medo e frustração dentro de você, enquanto que a outra pessoa nem imagina que você sofre por causa dela. Você perde tempo e energia formulando leituras mentais dos outros e gerando ansiedade e depressão a longo prazo com essa prática constante.
Alguns exemplos de leituras mentais no dia-a-dia:
“Ela pensa que eu sou um fracasso”
“Fulano pensa que eu não sei nada desse assunto”
“Ele jura que eu jamais vou conseguir fazer isso”


2 – Crença do futuro negativo

Acontece com um número enorme de pessoas que imaginam prognósticos terríveis, imagens mentais de um futuro desastroso e infeliz. Essas pessoas tem dificuldade imensa em analisar outras possibilidades melhores. São pensamentos do tipo:
“Vou ser reprovado, eu sei!!”
“Nem adianta ir nessa entrevista, eu sei que não vou passar”
“Não quero nem fazer esses exames porque sei que vão me mostrar uma doença grave!”





3 – Crença da catástrofe:







Acontece sempre quando a pessoa aumenta e muito a gravidade das coisas, transformando uma situação que já é difícil em uma verdadeira tragédia por antecipação. Alguns exemplos desse tipo de pensamento:
“Meu filho ainda não chegou, com certeza aconteceu algo ruim, eu sei!!”
“Fulano só pode ter sofrido algum acidente pra não ter vindo!!”

“O médico não deu alta ainda é porque deu alguma alteração ruim, com certeza!”
“Meu chefe mandou me chamar. Ele vai me demitir, com certeza”




4 – Crença da rotulação:
É quando a pessoa atribui características negativas sobre si mesma ou sobre os outros. Essas crenças geram estados emocionais de infelicidade, tristeza profunda e raiva. Por exemplo:
“Fulano é detestável”
“Eu sou uma pessoa horrível”
“Eu não vallho nada”








5 – Crença da desqualificação:
Acontece demais quando a pessoa não valoriza suas realizações positivas e nem a dos outros. Ou então, quando a pessoa não acredita que as experiências, atos ou qualidades possitivas sejam importantes. Esse tipo de crença tira a alegria da vida e baixa nossa autoestima. Exemplos:
“Conseguir isso foi muito fácil, não é importante.”
“Eu tirei dez mas, isso não significa que eu seja competente, apenas tive sorte”
“Fulano só teve muita sorte por ter conseguido esse emprego”



6 – Crença do pensamento dicotômico:
É aquele tipo de pensamento que surge polarizado – ou preto ou branco; ou tudo ou nada. A pessoa vê uma situação com apenas duas alternativas, deixando de considerar as múltiplas alternativas. Isso impede que ela saia do lugar, busque por novas experiências, cresça com as dificuldades. Exemplos:
“Não adianta que se eu não for um sucesso total estarei acabado”
“Ou ela volta pra mim ou eu vou morrer”
“Se eu não conseguir esse emprego está tudo acabado pra mim”


7 – Crença do “deveria ser”:
Consiste em inrtepretar as situações pensando em como elas deveriam ter sido ao invés de observá-las como elas são. É um tipo de crença muito comum em prefeccionistas e ansiosos. A pessoa acaba gerando expectativas exageradas em relação ao comportamento do outros, gerando afetos negativos, estresse, ansiedade generalizada e depressão. Exemplos de pensamentos desse tipo:
“Se fulano tivesse me emprestado dinheiro eu teria saído dessa situação”
“Se eu não tivesse gritado com ciclano ele ainda estaria aqui comigo”



8 – Crença da personalização:
Acontece quando a pessoa atribui uma culpa desproporcional a situações negativas que vivenciou. Neste caso, a pessoa nem consegue perceber a responsabilidade dos outros na situação, trazendo toda a culpa para si. Exemplos:
“Meu casamento terminou porque sou muito exigente”
“Meu filho adoeceu porque fui negligente”



9 – Crença da vítima:
Ao contrário da anterior, neste caso a pessoa joga toda a responsabilidade no outro, eximindo-se de qualquer parcela sobre algum acontecimento. Exemplos:
“Estou me sentindo assim por culpa de fulano”
“Meu marido/esposa é a causa de todos os meus problemas”



10 – Crença do julgamento:
É aquele pensamento que avalia a si próprio, os outros e os eventos em termos de bom-mau, superior-inferior ao invés de simplesmente descrever, aceitar ou compreender. É quando a pessoa vive se avaliando e avaliando os outros segundo padrões arbitrários e concluindo que tudo deixa a desejar. Exemplos:
“Se eu for aprender informática com certeza vou me sair mal”
“Eu não nasci para ter sucesso”
“Eu não tenho sorte, tudo pra mim é difícil”
“Olha como a  fulana faz sucesso. Eu nunca vou conseguir ser assim.”



Como você pode ver, as crenças centrais formam conteúdos cognitivos que podem se tornar pensamentos mal adaptativos; isso faz a pessoa olhar e pensar a vida sob o ponto de vista equivocado, distorcido, exagerado. São pensamentos que podem ser modificados através do autoconhecimento. E a educação emocional pode te ajudar demais neste caso.
Agora que você já conhece algumas das muitas armadilhas do ego, nossa dica é que você utilize um bloquinho de anotações para ir escrevendo seus pensamento, sentimentos e atitudes ao longo do dia. Isso vai permitir que você faça um mapeamento das crenças limitantes que estão desenvolvendo estados emocionais desagradáveis continuamente durante o dia e desencadeando doenças psíquicas como a ansiedade, a depressão.
Quando você fizer esse mapeamento e perceber que essas crenças estão muito fora de seu controle, busque ajuda de um psiquiatra. Isso mesmo, os psiquiatras não são médicos de loucos são médicos das emoções. Nesse caso, o trabalho de um educador emocional aliado ao apoio de um psiquiatra fazem verdadeiros milagres na sua vida em pouquíssimo tempo!!

terça-feira, 3 de março de 2020

Mas, eu não sei por que estou assim!!


Por que estou me sentindo assim?
Aposto que você já se viu, repentinamente, querendo se encolher, não ser visto, passar despercebido; ou então, se aborrece com tudo e com todos, ficando na defensiva e achando que todos estão "pensando ou comentando" algo contra você. Também acontece de você fazer algumas escolhas ou ter atitudes que parecem inocentes, mas que lá na frente se revelam ter sido escolhas desastrosas ou ações que causam culpa, arrependimento, mal estar generalizado.
Enquanto esse turbilhão acontece quase de forma autonônoma no seu interior, racionalmente você não consegue enxergar o motivo real para estar ou sentir-se assim. Tenso, né? Vamos te ajudar um pouquinho a compreender o mecanismo das emoções dentro do seu cérebro.
Em vermelho, a localização da ínsula no cérebro


Em primeiro lugar, te apresento uma das maiores responsáveis por todo esse estrago dentro de você: a ínsula.
Do tamanho de uma ameixa seca, a ínsula trabalha em parceria com outras duas estruturas cerebrais, o córtex pré-frontal e a amígdala (velhos conhecidos dos estudiosos no controle de diversas emoções).
A ínsula funciona como uma espécie de intérprete do cérebro ao traduzir sons, cheiros ou sabores em emoções e sentimentos como nojo, desejo, orgulho, arrependimento, culpa ou empatia. “Ela dá colorido psíquico às experiências sensoriais”, diz o neurocirurgião Arthur Cukiert. Ou, como definiu o psiquiatra americano Martin Paulus, professor da Universidade da Califórnia, é na ínsula que o corpo e a mente se encontram.
Nas pesquisas mais antigas sobre as emoções, nunca se ouviu falar sobre a ínsula com toda essa responsa que agora está sendo reconhecida porque ela era de difícil acesso dentro do cérebro para pesquisar e estudar. Nos últimos dez anos, graças ao aperfeiçoamento dos exames de imagens, como a ressonância magnética funcional, a ínsula despertou a atenção dos neurocientistas. Flagrada em pleno funcionamento, já se viu que ela é ativada toda vez que alguém ri de uma piada, ouve música, reconhece expressões de tristeza no rosto de outra pessoa, quer se vingar ou decide não fazer uma compra.
Como se trata de uma área de pesquisa relativamente nova, a ciência ainda não conseguiu esmiuçar todas as funções da ínsula. De qualquer forma, as descobertas recentes sobre a ínsula são uma fonte preciosa de informações sobre a anatomia das emoções. Um dos grandes estudiosos do tema é o neurocientista português António Damásio. Ele busca em seus estudos a base biológica das emoções e da consciência humanas. “Os sentimentos não são nem inatingíveis nem ilusórios. São o resultado de uma curiosa organização fisiológica que transformou o cérebro no público cativo das emoções teatrais do corpo”, escreveu Damásio no livro O Erro de Descartes. Isso significa que, no exemplo do início do texto, existe sim um motivo responsável pela sua repentina mudança de humor ou estado emocional: algum cheiro, uma frase, um olhar, uma cor, uma piada, qualquer situação que ative a ínsula, faz com que uma engrenagem de hormônios seja jorrada no seu cérebro, provocando a mudança de seu estado emocional. Experiências sensoriais são transformadas em emoções e sentimentos como nojo, desejo, decepção, culpa, ressentimento, orgulho, humilhação, arrependimento, compaixão e empatia. Todo esse mecanismo é ativado pela ínsula.
As pesquisas de Joseph LeDoux sobre o funcionamento cerebral explicam, por exemplo, que alguém seja capaz de detectar o perigo antes mesmo que uma situação de ameaça aconteça. Isso significa que a reação bioquímica ativada pela ínsula é anterior a emoção.

A ANATOMIA DAS EMOÇÕES

O ser humano possui em seu cérebro uma estrutura chamada de sistema límbico, responsável pelas emoções e sentimentos. O sistema límbico, quando recebe um estimulo, sensitivo (Audição, paladar, visão, olfato), envia essas “informações” para o tálamo e  hipotálamo que elabora respostas aos estímulos através do sistema endócrino e do sistema nervoso autônomo. Automaticamente produzem repostas, ativando esses sistemas, e então temos um estado, que são as emoções e sentimentos manifestos. Sistema Límbico é o nome dado às estruturas cerebrais que coordenam o comportamento emocional e os impulsos motivacionais e é formado por diversas estruturas localizadas na base do cérebro.
 
O sistema límbico e seus componentes
De acordo com Ballone, os sentimentos e emoções, como amor, alegria, ódio, pavor, ira, paixão e tristeza tem origem no Sistema Límbico. Chama-se circuito de Papez a porção do Sistema Límbico relacionada às emoções e seus estereótipos comportamentais. Toda essa estrutura não funciona sozinha mas, interligada a outras áreas do cérebro. Porém, de maneira aproximada, e para fins de entendimento aqui no texto, podemos dividir o sistema límbico em:
1. Hipocampo
Esse elemento está relacionado com a transformação da memória recente pela memória de longo prazo e a memória autobiográfica. O encontramos na parte central do lóbulo temporal (1) e também tem uma importante função relacionada à orientação e à memória espacial.
2. Amígdala ou amígdala cerebral
A amígdala ou corpo amigdalino é uma massa de neurônios em forma de uma amêndoa localizada em um dos lóbulos temporais (2). Essa zona do sistema límbico está relacionada com a formação e o armazenamento de memória associada a feitos e acontecimentos que nos produziram fortes emoções. Se diz que a amígdala cerebral é a sede de todas as emoções. Além disso, estudos recentes também demonstram que esse elemento tem uma forte implicação na consolidação da memória.
3. Tálamo e hipotálamo
O tálamo é definido como a estrutura cerebral situada em cima do hipotálamo (3). Todos os estímulos sensoriais (menos o olfato) passam por essa região do nosso sistema límbico para depois se derivar a zonas mais específicas. Essa parte do nosso cérebro tem a função principal de se comportar como núcleo de conexão e associação de estímulos e informação de caráter emocional.
Já o hipotálamo é um pequeno elemento de nosso sistema nervoso emocional (4), mas que possui muitas funções neuroniais. A função do hipotálamo é a de gerir e coordenar o equilíbrio do nosso corpo. Esse equilíbrio é conhecido como hometostase e é o processo mediante o qual nos regulamos e podemos nos manter estáveis. Recentemente descobriu-se que o hipotálamo também percebe os níveis de uma proteína chamada leptina quando comemos muito e, como resposta a outros níveis, diminui o nosso apetite. Ela também regula condutas tais quais os ciclos do sono e o mantimento da temperatura corporal.
4. Gânglios da base
Os gânglios da base participam de forma indireta no sistema nervoso emocional. esses se encarregam de gerir nossas respostas motoras (gestos ou expressões) relacionadas aos estados emocionais produzidos pelas outras partes do sistema límbico.
Portanto, a partir de hoje, você já sabe que nem todas as suas reações são “sem motivo”. A sensação de irracionalidade sobre a forma que estamos nos sentindo parece que não vem do nosso cérebro. No entanto, o órgão sempre relacionado à razão é o principal causador das nossas respostas emocionais. Assim, podemos afirmar que as nossas emoções são sim processadas pelo sistema nervoso central.



E AGORA? VOU FICAR REFÉM DESSA ANATOMIA EMOCIONAL?
Não necessariamente. As emoções são uma construção social que exige aprendizagem e que, por isso, dependem da cultura em que o indivíduo está inserido. O tipo de emoção que se manifesta em cada situação, a forma como são demonstradas, e o conjunto de regras sobre emoções é própria em cada cultura, Isso significa que para cada cultura, há uma linguagem da emoção específica que é reconhecida por todos aqueles que nela estão inseridos.
Segundo Casanova e outros, para os partidários da abordagem culturalista, a emoção é um papel social que aprendemos num certo tipo de sociedade, o que supõe que outras pessoas criadas em outros lugares sentirão e expressarão emoções diferentes. Portanto, alegre-se com essa abordagem culturalista, da qual este blog comunga. Entendemos que as emoções podem ser gerenciadas através de autoconhecimento, do entendimento dessa estrutura anatômica e fisiológica do cérebro e do mecanismo de reações no corpo dessas sensações provocadas pela ínsula. Esta tarefa de educar-se emocionalmente é que eu te convido para viajar comigo através das oficinas de educação emocional, de forma muito divertida e amorosa. Vamos juntos?


Referências
BALLONE, G. J. Representação da Realidade in. PsiqWeb, 2005. Disponível em http://virtualpsy.locaweb.com.br/index.php?sec=47&art=258. Acesso em 19 de maio de 2011.
CASANOVA et alli (2009). Emoções. Disponível em http://www.psicologia.com.pt/artigos/textos/TL0132.pdf. Acesso em maio de 2011.
DAMÁSIO, António, (2000). O Erro de Descartes – Emoção, Razão e Cérebro Humano. 21ª ed.,Lisboa, Publicações Europa América. Disponível em: http://repositorioaberto.univ-ab.pt/bitstream/10400.2/1529/1/Diserta%C3%A7%C3%A3o%20Maria%20Jo%C3%A3o%20Rosa%20Silva.pdf. Acesso em 19 de maio de 2011.
GOLEMAN, Daniel, (1997). Inteligência Emocional. n.a.,Temas e Debates. Disponível em: http://repositorioaberto.univ-ab.pt/bitstream/10400.2/1529/1/Diserta%C3%A7%C3%A 3o%20Maria%20Jo%C3%A3o%20Rosa%20Silva.pdf. Acesso em 19 de maio de 2011.
LEDOX, Joseph. O cérebro emocional. Objetiva; Edição: 1, 1998.

segunda-feira, 2 de março de 2020

Vamos falar sobre a raiva?

Como educadora emocional, a mãe que sou se deparou com uma situação cotidiana que exigiu meus conhecimentos e aquelas tomadas de decisão rápidas - dessas em que o avião está caindo e você tem que escolher quem salvar porque só tem um paraquedas!😉😄

O fato: a péssima da Pulguinha (a cadela que a Cecília ama de paixão e que sempre a defendeu aqui em casa de suas múltiplas travessuras, sim, essa mesma) entrou furtivamente no quarto da Ceci, na calada da noite, esquartejou e comeu a Lol Surprise preferida da Ceci: a marinheira!!😱😱😱

Pela manhã, fui dar a infeliz notícia pra Ceci... seu rosto se desmanchou na minha frente numa personificação da dor. Em seguida ela se jogou na cama e chorava como se tivesse perdido um filho. Mas, pra ela era isso mesmo. Só que do choro veio a expressão da raiva, numa explosão de frases como "eu quero doar a Pulga!!" "A Pulga não vai mais morar aqui" e "a culpa é sua, mãe, porque vc saiu do meu quarto e não fechou a porta!!".

Bem, duas emoções fortes e desagradáveis ao mesmo tempo: a tristeza e a raiva. Irmãs na força e na destruição. Que fazer como mãe? Negar tais emoções dentro dela? Reprimir, dizendo que é errado senti-las nessa intensidade? Me escandalizar pela forma e a força com que ela sente tais emoções?

Como sou uma educadora emocional, na urgência da situação, meio atônita pelo conjunto da obra, lembrei de Jesus que, no meio da turba descontrolada pela raiva e que queria fazer cumprir a Lei da época e apedrejar até a morte a adúltera: ficou em silêncio, escrevendo no chão. Decidi abraçar minha filha irada e dolorida, trazendo-a para meu peito e colo: em silêncio, fiquei escrevendo a palavra "amor" no seu peito (mentalizando essa escrita) e acariciava sua ira com mansidão e respeito. Optei por acolher sua ira e tristeza sem julgamentos e aguardar que elas fossem embora.
Felizmente, emoções são reptilíneas portanto, são tão rápidas como autônomas, se extinguem como a pólvora no fogo, e Cecília foi voltando a raciocinar com o neocortex: ainda choramingando muito perguntou "e agora, mãe? O que eu vou fazer? Ela era a minha preferida!!! Era minha filhinha!!" - que dor!!

Foi a minha deixa para mediar. Respondi o mais doce que eu podia que se ela pudesse esperar eu iria comprar outra filhinha pra ela, enquanto isso podíamos resgatar o que havia sobrado da boneca pra criar outro brinquedo, outra forma de personagem, algo assim. Cecília foi ficando mais calma e mais animada com a criação de outro brinquedo, foi pedindo logo pra ver o que sobrara - era um bom sinal, significava que sua dor havia diminuído tanto que já poderia ver a boneca "morta" sem sofrer tanto.
Mostrei e ela foi passando pelo luto do brinquedo, um processo que precisava ser respeitado. Deixei-a ali ensimesmada. Depois propus outras brincadeiras e assim o dia foi passando levemente e sem maiores consequências da perda. Perguntei se ela ainda queria dar a Pulguinha e ela olhou matreira pra mim e disse que não. Sinal de que a raiva havia sido posta pra fora totalmente e não sobrara sentimento algum de magoa ou ressentimento que maculasse aquela relação.

À tardinha de ontem, o pai dela meio que leu meus pensamentos (porque ele não estava em casa quando se deu a cena da raiva e da tristeza) e trouxe uma Lol nova. Escondido, colocou uma sacolinha no pescoço da Pulguinha. A Bicha péssima parecia que sabia o que estava acontecendo!! Ficou tão submissa pra sacolinha no seu pescoço e foi levada até a Cecília que gargalhou solto e com os olhos cheios de brilho e de luz perguntou o que era aquilo. O Pai disse que era a forma da Pulguinha pedir desculpas. Cecília abraçou o pescoço da Pulga e abriu a sacolinha, morrendo de surpresa e espanto quando viu a Bolinha em que Lol sempre vem. Daí em diante foi só sorrisos, cuidados e afetos pela filha!!

Hoje pela manhã, ela pegou o vestidinho de marinheira da Lol sepultada. Vestiu no dedo, fez uma caretinha e veio me mostrar a brincadeira, imitando a bonequinha. Pronto: era o final do processo todo, com êxito e louvor!!!👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻


Quero te dizer que todo momento da nossa vida é de aprendizado. E não é porque se é criança que deve ser menosprezadas suas emoções e muito menos seus sentimentos. A emoção é rápida e acaba logo. Mas, os sentimentos são a nossa resposta aquela emoção. Devemos ajudar nossos filhos e filhas, netos e netas, sobrinhos e sobrinhas, qualquer criança que esteja sob a sua responsabilidade a acolher e aceitar como normal suas emoções desagradáveis como a ira e a tristeza porque elas são humanas, fazem parte de nós, da nossa fisiologia. Não é errado estar sob o domínio delas. O que precisamos aprender, e ensinar à eles, é como lidar com essas emoções no ato, no durante e no depois que elas passam. E, por fim, gerenciar esses sentimentos que ficam depois que passa a emoção.
Nossa sociedade precisa falar sobre as emoções desagradáveis como a dor, a tristeza, o medo, a ira... porque elas devem sair de dentro de nós. Não existem para ficar dentro de nós, reprimidas e colocadas como bandidas da vida. Elas devem ser resgatadas ao seu papel principal dentro da nossa formação como seres humanos, validá-las, acolhe-las e aprender com elas!!
O planeta precisa de pessoas que saibam sensibilizar as relações nos diversos espaços em que convivemos. Pessoas que saibam acolher a si mesmas, compreender suas ações e reações e gerenciar esse turbilhão autônomo que é o cérebro límbico, onde se iniciam as emoções.
Só assim, alcançaremos aquilo que viemos fazer neste mundo: CRIAR A NOSSA MELHOR VERSAO DE NÓS MESMOS.

Paz e bem pra nós e que um mundo novo sempre é possível de existir dentro de cada um de nós. Sejamos essa mudança.